Palavra da Cá

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sexta-feira, 6 de março de 2009

O ESTADÃO

Assino o Estadão há décadas, depois da fase Folha. E explico por que: Porque é mais jornal, mais bem feito, com texto e reportagens muito melhores. A Folha, depois da famosa reformulação em que tirou da redação as melhores cabeças do país e colocou nas editorias um monte de focas petulantes, adotou alguns princípios, em minha opinião, no mínimo duvidosos. Um deles, o Manual de Redação que transformou bons textos e estilo em parágrafos milimetrados e pobres, para dizer o mínimo. Quem gosta de bom texto, torce o nariz. E como disse certa vez o grande Alberto Dines, jornal é pra quem gosta de ler. Fazer jornal para agradar a moçadinha que não sabe ler, com 10 retrancas e 5 infográficos por matéria - além de um texto pobre e pouco profundo- é um desrespeito ao velho e bom jornalismo impresso. A televisão e a internet estão aí pra quem engole pílulas rápidas e indolores. Salve a (tímida) volta do jornalismo literário em iniciativas como a Piauí.
Pois bem, com tudo isso, eu andava desanimada com o time de cronistas do Estadão - pesado, redundante, chatinho mesmo. E não é que deram uma chacoalhada na equipe de cronistas e colunistas, com um grupo de tirar o chapéu? Leio-os diariamente com enorme prazer - dos novos, como Antonio Prata, Vanessa Bárbara e Fred Mello Paiva, aos textos maduros e encorpados de Lúcia Guimarães e Milton Hatoun. Isso só pra citar alguns.
Ler essa moçada, principalmente, me dá um novo alento. Esses escritores da geração da minha filha são uma clara demonstração de que há vida inteligente no planeta. E melhor: com outros códigos e uma adrenalina invejável. Parabéns, Estadão.

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