Há quanto tempo você o cultiva às escondidas, madrugada adentro, como um ladrão soturno, pensando que ninguém advinha?
Passeio por ali, às vezes, quando você se ausenta. Pressinto vestígios de afeto e mãos pacientes de jardineiro. Mas essas suas mãos eloqüentes não me falam de margaridas. Acompanho seus movimentos que desenham palavras no ar. São mudas. Cobiço, silenciosamente, seus dedos bem feitos de homem.
E eles não parecem apontar para o meu coração.
Ouso a ilusão de assaltar estes limites forjados em canteiros escondidos - ter suas mãos de margaridas se apossando desse meu desejo mudo, impublicável, adolescente.
Passeio por ali, às vezes, quando você se ausenta. Pressinto vestígios de afeto e mãos pacientes de jardineiro. Mas essas suas mãos eloqüentes não me falam de margaridas. Acompanho seus movimentos que desenham palavras no ar. São mudas. Cobiço, silenciosamente, seus dedos bem feitos de homem.
E eles não parecem apontar para o meu coração.
Ouso a ilusão de assaltar estes limites forjados em canteiros escondidos - ter suas mãos de margaridas se apossando desse meu desejo mudo, impublicável, adolescente.
Um comentário:
Do beiral, o pombo novo perscrua horizonte. A liberdade assusta seu dom recente de alar-se (Kelena Kolody).
Seu texto tem a leveza dos haikais e o perfume das auroras.
Marlene de Souza
marlenedesouza67@gmail.com
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